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Nascido em Campinas, transferiu-se ainda criança (1947), com a família, para a cidade de

São Paulo.

Conclui o ginásio no Colégio São Luís, em 1952.

Em 1957 ingressou na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 

(PUC-SP). No seu terceiro ano de faculdade, foi eleito presidente do Centro Acadêmico 22 de

Agosto. Durante sua gestão, o Centro promoveu debates de cunho social e político e viveu sua

fase como protagonista entre as universidades brasileiras engajadas no cenário político da época.

Foram realizados diversos ciclos de estudos. Durante um desses ciclos, foi realizada palestra de

Juscelino Kubitschek. Um ano depois, em 1961, Mario tornou-se o coordenador da campanha pela reeleição de JK, com quem trabalhou até 1964. Também durante este período já ocupava o cargo de diretor no Grupo Monteiro Aranha.

Em 1962, junto com Roberto Isnard, fundou o Instituto Nacional de Estudos Superiores, com o intuito de debater temas políticos nacionais. No mesmo ano, patrocinou, a pedido do embaixador Lincoln Gordon, a visita de Henry Kissinger ao Brasil.

Em 1963, Garnero recebeu o título de Cidadão Paulistano, concedido pela Câmara Municipal de São Paulo.

Na década de 1970, Mario Garnero já estava completamente envolvido no mundo corporativo. Assumiu a diretoria do departamento jurídico da Volkswagen no Brasil em 1970 e em 1974 a diretoria de relações industriais. Enquanto ocupou este cargo, foi um dos responsáveis pela introdução dos carros movidos a álcool no Brasil. Paralelamente às suas atividades na Volks, assumiu a presidência da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), em 1974.

Em 1975, fundou, juntamente com seu amigo Caio Alcântara, o Fórum das Américas, organização que promove eventos para a discussão de temas integrantes da agenda brasileira para o continente, tais como direitos humanos, democracia, meio ambiente e integração econômica regional. O primeiro encontro promovido pelo Fórum das Américas contou com a presença de Robert Kennedy.

No ano seguinte, Garnero promoveu o I Seminário Internacional sobre Investimentos no Brasil, em Salzburgo, na Áustria. Após o seminário, o Brasilinvest, banco de Garnero, começou a operar como banco de negócios, intermediando investimentos estrangeiros no Brasil. Desde seu início, em 1975, a empresa contou com sócios das mais diversas partes do mundo: japoneses, americanos, franceses, alemães, suíços, espanhóis e até mesmo de países então socialistas, como a antiga Iugoslávia.

Em 1976, Garnero foi convidado pelo então Ministro do Interior, Rangel Reis, para ser presidente do projeto Rondon, com a missão de elevar o número de estudantes envolvidos no projeto de 20 mil para 100 mil. Garnero assumiu a presidência do Conselho do Projeto e, depois de três anos de mandato, 150 mil estudantes participavam do projeto.

Já no cargo da presidência de seu próprio negócio, Mario foi responsável pela nacionalização da ITT-Standard Electric S/A e da NEC do Brasil. Este foi o primeiro passo para a implantação de telefonia móvel no Brasil. Os primeiros computadores chegaram ao país também pelas mãos do Brasilinvest e de Mario Garnero, por meio da empresa Labo.

Em 1979, Garnero entra para a Comissão Nacional de Energia. Em setembro do referido ano, discursou na cerimônia de assinatura do protocolo entre a ANFAVEA e o governo federal, para produzir carro a álcool.

Recebeu o título de "Personalidade Econômica Marcante” do Instituto Brasileiro de Comércio Exterior (IBRACEX) pelos serviços prestados à classe empresarial nacional e ao comércio exterior brasileiro.

Foi escolhido como o "Homem de Vendas do ano" pela Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil em 1980.

Em junho de 1982, assumiu a presidência da Confederação Nacional da Indústria e exerceu o cargo por seis meses. No ano seguinte, recebeu em Nova York o prêmio Special Merit Award, concedido pela Câmara de Comércio Brasil-EUA.

Mesmo com a economia brasileira passando por dificuldades, em 1982, por meio da Telematic, o Grupo Brasilinvest começou a montar computadores de médio porte, o DPS-T1. No ano seguinte, a empresa se retiraria da Labo Computadores e negociaria com o controlador majoritário, a Brasilpar, a troca de 5% da sua participação por computadores fabricados pela empresa. Desta forma, foi dado início ao Consórcio Nacional Brasilinvest para computadores de uso pessoal em Ribeirão Preto.

Enquanto as taxas de juros internacionais preocupavam os administradores da dívida externa brasileira em 1983, Mario Garnero se reuniu com o ex-Secretário do Tesouro dos Estados Unidos nas gestões de Nixon e Ford, William Simon, que também era sócio do grupo Brasilinvest. Participaram também da reunião os Ministros Delfim Neto, Carlos Geraldo Langoni e o Presidente do Banco Central.

A década de 1980 começou com mudanças drásticas na política brasileira, tendo como diretrizes o controle da inflação e o déficit no balanço de pagamentos. Em 1983 a NEC Brasil ponderou as contínuas resoluções do governo brasileiro de proteção às indústrias locais. A importação de produtos industrializados foi proibida e foram exigidos índices crescentes de nacionalização dos produtos fabricados no país. Para se adequar às medidas governamentais, o grupo, por meio de uma joint-venture, transferiu o controle acionário da NEC Brasil para a Brasilinvest e Mário Garnero passou a exercer o cargo de presidente do Conselho de Administração da NEC Brasil.

No final de 1983, recebeu, em Nova York, o prêmio “Visconde de Cayru”, atribuído a personalidades do setor empresarial que tenham contribuído para o desenvolvimento do comércio exterior brasileiro. No Brasil, foi condecorado com o título de "Homem do Ano".

Em 18 de março de 1985, com motivação exclusivamente política, o Banco Central do Brasil decretou a liquidação extra judicial do Brasilinvest S.A. Banco de Investimento.

O referido banco, não estava e nunca esteve em estado de insolvência, como atesta toda documentação minuciosamente verificada na liquidação, já que todos os credores da massa foram pagos e a liquidação foi levantada apresentando um saldo positivo, conforme esclarecimentos prestados pelo Liquidante José Paulo de Souza.

Provocados pelo governo, as mídias jornalísticas e televisiva da época fizeram verdadeiro estardalhaço, em verdade um grande sensacionalismo político sobre o assunto e os fatos que foi finalmente levado a julgamento levado a termo pelo Supremo Tribunal Federal, que anulou todo o processo desde a denúncia ao declarar a Justiça Federal incompetente para processar e julgar o caso.

Em 4 de abril de 1989, o Supremo Tribunal Federal, em sessão presidida pelo então Ministro Aldir Passarinho, o relator Ministro Célio Borja, esclareceu e deixou assente em acordão, que:

“Em verdade, atendendo a interesses meramente políticos, fez-se na época, sensacionalismo sobre o assunto. Tudo, porém, cingiu-se, a um momentâneo escândalo jornalístico, sem qualquer reflexo no Sistema Financeiro...

Nenhuma instituição financeira cerrou suas atividades por força da inusitada liquidação extrajudicial em foco. E, em agosto de 1987, passados pouco mais de dois anos, o balanço apresentado pelo Sr. Liquidante revelou uma situação superavitária, o que demonstra o artificialismo de fugaz celeuma montada sobre o assunto. Imaterial, portanto, o reflexo dos fatos no Sistema Financeiro Nacional.”

Em 28.04.1999, no julgamento do Habeas Corpus nº 72.175-3 o Supremo Tribunal Federal, também em sessão plenária composta pelos Ministros: Carlos Velloso, Moreira Alves, Sydney Sanches, Octavio Gallotti, Sepúlveda Pertence, Marco Aurélio, Ilmar Galvão, Maurício Corrêa e Nelson Jobim, não só confirmou o acordão anterior relatado pelo Ministro Célio Borja, mas foi além, decidindo assim por  anular “ex radice” todo  o processo “ab initio” extensivo a denúncia, remetendo-se os autos para a Justiça competente – a comum, sendo nesta determinado seu arquivamento, já que não seriam aproveitados os atos interlocutórios e decisórios. O Banco Central reconheceu toda a situação e devolveu ao Brasilinvest, por meio do Sul Brasileiro, a habilitação para atuar no mercado financeiro. Habilitação esta ativa e que pode ser comprovada nas certidões do Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários – CVM.

Em 13 de março de 1995, foi um dos fundadores e primeiro presidente do Instituto Interamericano de Estudos Jurídicos sobre o Mercosul e a Integração Continental.

Em Mônaco, em 1997, presidiu uma conferência realizada pelo Fórum das Américas a fim de promover investimentos no Brasil. Também em parceria com o Fórum das Américas, criou, em 1998, a Associação das Nações Unidas - Brasil (ANUBRA).

Em 2002, foi o único brasileiro a participar do encontro anual do Partido Republicano, em Beaver Creek, no Colorado. Na ocasião, Garnero entregou a Dick Cheney, à epoca vice-presidente dos Estados Unidos, uma carta escrita por José Dirceu, então presidente do PT. Na carta, Dirceu revelava que seu partido pretendia abrir um canal de diálogo com os republicanos e que, em breve, organizaria uma visita de Lula aos EUA. No Brasil, as pesquisas apontavam Lula em 1º lugar nas intenções de voto para Presidente da República. Diante do que parecia um cenário de risco, o dólar disparava, a economia nacional afundava e já se falava em moratória da dívida externa. Garnero tranquilizou os americanos durante o encontro e disse que o governo petista não promoveria rupturas políticas durante seu mandato. No fim de semana seguinte ao encontro de Beaver Creek, o PT divulgou a Carta ao Povo Brasileiro, que pregava o respeito aos contratos, o pagamento da dívida externa e a continuidade da política econômica.

Em 2002, Garnero recebeu o título de Cidadão Emérito, concedido pela Câmara Municipal de Campinas, sua cidade natal. Neste mesmo ano, através do Fórum das Américas, realiza uma conferência em Paris, com a participação de George Bush. Como consequência do grande sucesso do evento, uma nova edição foi promovida em 2003, em Romar um ano depois, em Londres, com a presença de Bush pai, de Margaret Thatcher, do príncipe André, duque de Iorque e Lord Rothschild.

Em 2004 voltou a cena no Brasil, sendo convidado do ex-presidente Lula para apresentar um seminário para atrair investimentos no nordeste. O evento contou com a presença de Dilma Rousseff, Nelson Jobim e José Sarney.

A fim de discutir o desenvolvimento de soluções verdes para a economia - como o uso do biocombustível e de tecidos ecológicos, o Fórum das Américas e a ANUBRA realizaram, em 2007, um Fórum de Desenvolvimento Sustentável, em Nova York, com a presença de personalidades políticas e empresários do Brasil e de outros países. Este evento contou com a palestra magna do ex-presidente norte-americano Bill Clinton. Em 2008, novamente Mario Garnero reuniu em Nova York colegas e potenciais investidores para uma nova versão do evento.

Em dezembro de 2008, foi escolhido como Personalidade de Visão Global, pela Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil (ADVB-SP) pela sua atuação nas últimas décadas como “diplomata corporativo”, conciliando e harmonizando interesses de agentes econômicos a favor do Brasil.

O Fórum de Desenvolvimento Sustentável ganhou nova edição também realizada em Nova York em setembro de 2011, sob o título de Brasil: A Nova Economia Global Verde.

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